domingo, 10 de abril de 2011

TIRAI A PEDRA


Tu, Senhor, não ignoras as nossas dores, nem passas indiferente diante dos nossos dramas.
Quando o sofrimento nos visita, hà sempre quem se indigne contra ti e julgue legítima a revolta atribuindo-te culpas e cortando relações.
Na estreiteza da sua visão, não vão além do seu drama e só sabem reclamar quando a dor lhes bate à porta.
Ignoram que muito antes de o sofrimento os ter atingido a eles, já Tu, ó Pai, te tinhas compadecido da miséria do teu povo escravizado no Egipto, imagem de todos os sofrimentos duma humanidade que sempre te mereceu compaixão.
Não imaginam a magnanimidade do teu coração, que mesmo quando somos nós os responsáveis pessoais e únicos dos males que nos afligem, mesmo quando nos tornamos indignos do perdão, ainda assim somos objecto da tua misericórdia.
Ignoram o amor espantoso de um Deus, que oferece o próprio Filho e com Ele se oferece numa paixão extrema de sofrimento que carrega sobre si castigo que nos era devido e dele nos liberta gratuitamente.
As nossas dores, todas as nossas dores, são as dores do teu coração, e nunca o clamor dos nossos sofrimentos deixou de ecoar no teu Espírito.
É Ele que vem habitar a nossa miséria e aí lançar sementes de eternidade e bem-aventurança, para que a possamos atravessar sem sair vencidos por ela.
Nem sempre entendemos os caminhos que nos levam à salvação, mas podemos sempre reconhecer o calor da tua presença, a força do teu braço, o carinho dos teus gestos e a ternura do teu coração.
Bendito sejas, Senhor!

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