Ao contemplarmos Cristo crucificado enxergamos “corpo e sangue” que se transformam em vida eterna.
Onde visivelmente só há morte, encontramos a fonte da vida.
É justamente na cruz que somos convidados, pelo próprio Cristo, a não contemplarmos a morte, mas a vida.
Foi na cruz que Cristo mais amou. Na cruz se deu o ápice do amor de Cristo pela humanidade.
Lá Cristo amou o bom ladrão: “Em verdade te digo; ainda hoje estarás comigo no paraíso”. Amou os seus algozes: “Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o fazem”. Amou o discípulo que caminhou até o fim com Ele, entregando-lhe aos cuidados de Nossa Senhora: “Eis aí tua mãe”. Amou a sua mãe, não lhe deixando desamparada: “Mulher, eis aí teu filho”. Amou o Pai confiando-lhe, como confiara sempre, o seu espírito: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”.
Entre esses que Cristo amou e amou até o fim, com qual você se identifica? Com o bom ladrão? Com o discípulo que o seguiu até o fim? Com os algozes? Ou com uma daquelas “santas” mulheres que estavam com Cristo aos pés da cruz?
Você consegue perceber que cada uma dessas pessoas teve um relacionamento muito peculiar com Jesus? Todos estiveram ao pé da cruz.
Alguns, os algozes, estavam por obrigação, por trabalho. Mas os outros estavam por amor a Jesus. Tinham tanto amor por Ele, que queriam ficar um pouco mais com o mestre, com o filho, com o Redentor.
Nós, por amor a Jesus, somos convidados, pelo próprio Jesus, a estarmos aos pés da cruz, todos os dias. E assim, como cada um daqueles que receberam de forma direta uma recompensa imediata, além da morada eterna, nós também só temos a ganhar se permanecermos aos pés da cruz de Cristo.
Devemos permanecer aos pés da cruz de Cristo ou devemos carregar a nossa própria cruz? São duas acções. Mas quando praticamos uma, estamos automaticamente praticando a outra. Mas, é evidente que, quando desistimos de permanecer aos pés da cruz de Cristo, estamos automaticamente desistindo de carregar a nossa própria cruz. E quando desistimos de carregar a nossa cruz estamos deixando de velar aos pés da cruz de Cristo.
Qual é a cruz que você estar carregando no momento?
Todos nós temos uma, ou várias para carregar. É a cruz do abandono? É a cruz do desemprego? É a cruz pela morte de um ente querido? É a cruz da traição ? Seja qual for a sua cruz, não peça a Cristo que a retire. Peça a Cristo que lhe dê força para suportá-la. Peça a Cristo que lhe dê perseverança para não desanimar na subida do Calvário. Não pergunte a Deus “porque” você tem que carregar tal cruz.
Cristo em momento algum fez tal questionamento ao Pai. Pergunte a Deus “para que” você tem que carregá-la. “Para que!” Essa é a pergunta que você deve fazer todos os dias e buscar, em meio aos sofrimentos, uma resposta. E acolhendo com carinho a reposta, você estará fazendo a vontade do Pai. E Ele há-de derramar sobre você o bálsamo para aliviar o seu sofrimento. Acredite nisso!
Carregue sua cruz e colha os frutos que Jesus lhe concederá.
Não tema, creia somente.